Procuramos analisar o impacto do WikiLeaks na esfera internacional de forma a influenciar a relação entre o Estado e a opinião pública, e como essa, é afetada pela liberdade de expressão de Estados democráticos. Sendo assim, determinamos importante para o estudo a análise de relações transnacionais entre agentes não-estatais, recusando a afirmativa realista da unilateralidade do Estado como único ator capaz de gerar alterações de dependência direta. O fato de que atores diversos podem influenciar de forma direta nos acontecimentos no meio internacional gera uma teia de relações interdependentes, o que foi definido por Robert Keohane e Joseph Nye como Interdependência Complexa. Após o fim da guerra fria e da divisão bipolar entre os territórios, o desenvolvimento tecnológico foi muito importante para o estudo da liberdade de expressão e do controle da informação. A globalização foi um processo advindo desse avanço e com ela, a tecnologia da comunicação e do transporte possibilitou a maior disseminação de informações. Sendo assim, tornou-se mais difícil para o Estado, como ator unitário, manter controle e fiscalização do tráfego de informações e produtos, o que favoreceu a ação de atores não estatais e fomentou a aplicação e discussão do estudo de Keohane e Nye no âmbito das Relações Internacionais na obra “Transnational relations and world politics” lançado em 1972. Keohane afirma que essa revolução da informação facilita que qualquer pessoa possa influenciar na divulgação de informações. Dessa maneira, recorremos à essa teoria como base de análise do caso WikiLeaks e da sua influência por ser uma organização não estatal, e assim, analisar sua capacidade e a capacidade de indivíduos, de influenciar no sistema internacional e sua relação com Estados e outros atores. Por ser um modelo de análise utilizado por neoliberais, a quase ausência de hierarquia causa a diminuição do poder militar nas negociações, o que minimiza o uso da força, e possibilita a participação