origem de flosofia
A tese da origem egípcia da Filosofia, das ciências e da arte em geral é confirmada pelos próprios autores gregos, sejam eles historiadores ou filósofos, alguns dos quais nunca fizeram mistério em volta das suas fontes e do lugar de sua formação filosófica. Cheikh Anta Diop, o fundador da egiptologia africana, foi sem duvida quem dedicou maior parte do seu tempo a essa questão histórica e filosófica fundamental e sua pesquisa foi continuada pelo seu discípulo Théophile Obenga. Obenga, na sua recente obra O Egipto, a Grécia e a Escola de Alexandria, demonstrou, para além da origem egípcia da filosofia grega e, portanto, falando dela como um pensamento intercultural, trata também de maneira exaustiva a questão da estada por parte de muitos filósofos e homens de ciência grega no Egipto, onde foram instruídos pelos sacerdotes dos Templos da Vida nas diversas escolas do Pensamento filosófico egípcio-faraônico. Trata-se de Tales, Sólon, Platão e, sobretudo, Pitágoras que, segundo os historiadores, estudou cerca de 23 anos no Egipto.
Obenga demonstrou ainda a influência do pensamento egípcio nas reflexões de muitos filósofos e pensadores do mundo grego, tais como Anaximandro, Anaxímenes, Aristóteles, Demócrito, Empédocles, Anaxágora, Heráclito, Xenófones de Colofon e tantos outros. Crantor, primeiro crítico de Platão, narrava que a contemporânea de Platão riam dele por ter copiado sua República das instituições egípcias. Poder-se-ia também citar Aristóteles que, além de discípulo de Platão, estudou com Eudosso de Cnido, o qual, por sua vez passou seis meses estudando Matemática e Astronomia com os sacerdotes egípcios. As descobertas egípcias não se restringiam somente aos números ou aos astros, mas formularam hoje aquilo que se tornou uma das conquistas mais significativas da humanidade, ou seja, o método científico chamado tep-hesed (o método correto e as regras para estudar a natureza).