cepticismo
No que respeita à sua relação com as tecnologias e ciência, os cépticos antigos defendiam que apesar da utilidade e necessidade da tecnologia, em último grau, esta se vira contra o ser humano e o afasta da sua verdadeira natureza, perturbando a sua capacidade inata de sobrevivência, permitindo atalhos e facilidades e não permitindo que o ser humano atinja a sua excelência. As tecnologias eram então desvalorizadas, consideradas pouco ética e moralmente desadequadas, que podiam implicar a estabilidade social. Eram consideradas também como sendo menos reais do que objectos naturais, que derivem do mundo que existe de forma natural.
Estes elementos encontram-se hoje em dia mais esbatidos. Não se verifica uma posição tão radical em relação à tecnologia e como ela nos pode prejudicar a vivência. Consideram-se uma mais valia e, de um modo geral, o nosso mundo assenta e depende dos avanços tecnológicos e dos conhecimentos científicos.
No entanto consideramos que se começam a assistir a uma crescente consciência moral e social para esta quase total dependência nas tecnologias e como, em determinadas situações, choca e provoca alterações na nossa noção de moralidade e valores. Ao mesmo tempo que cada vez mais reconhecemos a sua utilidade, somos diariamente questionados e por vezes obrigados a concordar com os cépticos antigos.
2. Não consideramos ser possível destacar os elementos mais relevantes. Dos apresentados anteriormente, consideramos que são todos essenciais à estrutura do antigo ceptismo e estão todos interligados. Separar a descrença e desvalorização dos avanços científicos e tecnológicos, do reforço da ideia de dependência e de perda de capacidade de ser ser humano, não