Resenha Crítica
Desde a ascensão do mundo moderno, no século XV, o globo experimentou uma série de mudanças, sobretudo em seu regime político-econômico, que são vigentes até o presente momento. É nesta tese, que se embasa Max Weber em “A ética protestante e o espírito do capitalismo”. Com o advento desse novo sistema, as crescentes e impactantes inovações tecnológicas passaram a modificar sobremaneira os modos de produção. Em contexto atual, especificadamente no âmbito da comunicação, tem-se um processo de difusão e produção de informação inimaginável anteriormente. O processo de correlação entre o capitalismo e as inovações tecnológicas culminaram num fenômeno de industrialização da produção de informação, em detrimento da maximização do lucro. Desse modo, as grandes mídias se posicionam frente às exigências deste modelo, efetuando a troca de autonomia/profissionalismo por dependência comercial. O artigo “Máquinas de dar a ver e fazer falar: jornalismo e subjetividade em nossa época” de Patrícia Burrowes traz análises profundo em relação a esta temática. O texto é iniciado e apoiado em uma analise do campo jornalístico, segundo Bourdieu. Para este pensador, o grau de autonomia de um veículo depende da sujeição do mesmo às pressões externas e internas. Com o advento da tevê, o campo jornalístico passou a depender do grau de audiência, visto que esta controla o afluxo de publicidade. Sendo assim, o campo comercial se sobrepôs ao intelectual, de modo que o veículo se adapta ao público. Para Bordieu a concorrência é responsável pela homogeneidade, de modo que, impossibilitados de impedir que o concorrente tenha exclusividade na divulgação de determinada informação, todos os veículos aderem à uma mesma prática em prol da contenção do crescimento do