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Georg Trakl, Edvard Munch e Expressionismo: a representação da natureza em “De profundis” e “O grito”
Murillo Clementino de Araujo
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP, SP
Objetivos
O objetivo principal deste trabalho, que apresenta resultados parciais do projeto “O enigma da natureza na poesia de Georg Trakl: formas da melancolia no alvorecer da modernidade”, é estudar a poesia do austríaco
Georg Trakl (1887-1914) sob o ponto de vista da natureza, que, em sua obra, sói ser transfigurada e metaforizada. Tais procedimentos, entre outros, fazem com que a natureza estabeleça um distanciamento em relação à realidade e adquira um caráter de enigma. O objetivo específico é compreender como a representação da natureza feita por
Trakl se insere no Expressionismo. Para tanto, serão estabelecidas relações com o quadro “O grito”, do pintor norueguês Edvard Munch
(1863-1944).

Materiais e Métodos
Primeiramente, pretende-se partir da análise do poema “De profundis” (1912), presente no livro
Gedichte (1913), para demonstrar como Trakl utiliza os recursos poéticos para representar a natureza. O procedimento seguinte consiste em mostrar como a construção dessa natureza se relaciona com outros aspectos fundamentais da poesia do austríaco. Por fim, tendo como ponto em comum a natureza, procede-se a uma análise comparativa entre o poema “De profundis”, de Trakl, e a pintura “O grito”
(1893), de Munch, com o intuito de estabelecer uma visão mais ampla sobre o tema da natureza no âmbito do Expressionismo.

Resultados
Após a análise de “De profundis”, foi possível perceber que 40% dos substantivos que Trakl utiliza no poema estão ligados ao campo semântico da natureza, sem contar as outras classes gramaticais. Além disso, verifica-se que, dentre os recursos poéticos empregados

pelo poeta austríaco, há o predomínio de uma visualidade incisiva, construída a partir de metáforas. Também é possível verificar que a natureza presente no poema reflete outras questões que são