Caso Pratico

Considere a seguinte situação:

Intervenientes:
 Trabalhadora
 Chefe de produção
 Médico do trabalho
Uma empresa tinha uma secção onde se produzia bobines.

A tarefa consistia basicamente em ajustar, com uma guia de madeira. Os fios de cobre sobre um molde movido por um torno de alta rotação, de forma que as espiras fiquem o mais juntas possível e com a tensão adequada.

O principal fator de risco era a transmissão de vibrações ao membro superior direito e à coluna vertebral. A trabalhadora, ao fim de um ano de trabalho de bobinagem, começou a queixar-se de cervicalgias
(dor da coluna vertebral). Seguida no âmbito da medicina do trabalho, em colaboração com a consulta de medicina curativa da empresa, verificou-se que era portadora de uma patologia da coluna cervical congénita, até então desconhecida e que nunca tinha dado qualquer sintomatologia. Foi enviada ao médico de família, que a colocou de baixa por doença natural e a dirigiu à consulta de especialidade. A trabalhadora foi submetida a uma cirurgia delicada, com colocação inclusivamente material de união entre os corpos vertebrais, tendo estado de baixa cerca de um ano. Quando regressou ao trabalho, foi submetida a exame médico de trabalho, tendo sido considerada inapta para a função de bobinadora mas apta para outras funções que não implicassem exposição a

vibrações, nem flexão/extensão frequente da coluna cervical. Assim começou a trabalhar noutra secção, tendo-se adaptado bem, sem quaisquer queixas.

A colega que a substituiu, por ser muito mais baixa e a bancada lhe dar ao peito, custou a adaptarse à funções; para agravar a adaptação a caixa onde colocava as peças encontrava-se dois metros à direita. Cerca de dois meses depois, o chefe de produção, por haver falta de bobinadoras, entrega-lhe uma carta, assinada pelo diretor de recursos humanos da empresa, em que lhe comunica que a partir do dia seguinte ela teria de se apresentar no seu antigo posto