Caso Firestone
O pneu já matou 62 pessoas
A Firestone é acusada de esconder por três anos um grave defeito de fabricação em seus produtos. O total de mortes relacionadas a esses acidentes chegou a 62 e os feridos já passam de 100.
Em junho, a americana Nancy Dudley viajava de carro com seu filho de 8 anos por uma estrada da Flórida quando o veículo capotou várias vezes. O menino foi arremessado para fora do automóvel e sofreu danos cerebrais irreparáveis. Algum tempo depois, outra americana viajava pelo país em companhia da avó e seu veículo também capotou. Sua avó morreu na hora. As investigações realizadas até agora mostram que as duas motoristas não fizeram nenhuma manobra imprudente nem trafegavam acima da velocidade permitida na rodovia. Tampouco conduziam automóveis com prazos de revisão vencidos. As autoridades dos Estados Unidos se surpreenderam quando se descobriu que os dois acidentes eram não apenas iguais entre si como semelhantes a 300 outros casos ocorridos no país nos últimos nove anos. Em comum, todos dirigiam carros equipados com um modelo específico de pneu da marca Firestone.
Os acidentes envolvendo os pneus da Firestone começaram em 1991. Durante esses nove anos, a Ford e a Firestone colecionaram uma enxurrada de reclamações e ações judiciais. Foram mais de 100 processos contra as duas empresas. Pressionada pelo governo, e principalmente por cidadãos, a Firestone disparou um recall mundial envolvendo a substituição de 14,4 milhões de pneus defeituosos. Estima-se que 6,5 milhões ainda estejam em circulação. O custo total da operação deve bater a casa dos 500 milhões de dólares. Segundo a direção da Ford, a maioria dos pneus defeituosos foi fabricada durante uma greve na fábrica da Firestone no Estado de Illinois, em 1994. Após essa paralisação, o número de queixas decuplicou. A Firestone nega qualquer relação entre a greve e o defeito nos pneus, mas trabalhadores que participaram dos dez meses de paralisação disseram que a