Gerenciamento de Projetos
No ano 2000, a Ford e a Firestone dos Estados Unidos anunciaram um gigantesco "recall" de 14,4 milhões de pneus. O principal problema era a separação da borracha da lona interna, o que ocasionava um estouro em alta velocidade. O caso foi gravíssimo, tendo provocado 270 mortes e mais de 800 feridos.
Os pneus que deram problema haviam passado por todos os testes de qualidade da Firestone e da Ford. Depois dos acidentes, foram examinados por dezenas de laboratórios independentes. Não se conseguiu detectar a verdadeira causa do defeito.
As perdas das duas empresas foram catastróficas. Só no ano 2000, a Ford gastou cerca de US$ 2,1 bilhões na operação de troca e uma perda incalculável da sua boa imagem. As ações judiciais poderão ultrapassar os US$ 2 bilhões. Agravada pela recessão, a Ford entrou em crise, decidindo fechar cinco fábricas e despedir 35 mil funcionários 10% da sua força de trabalho.
A Firestone enfrenta processos judiciais no valor de US$ 1 bilhão e estima um gasto superior a US$ 2 bilhões com a substituição dos pneus. Suas ações na bolsa de valores caíram drasticamente e a empresa já fechou várias unidades.
No meio de uma avalanche de pesquisas de engenharia e estrutura de materiais, dois economistas das Universidade de Princeton fizeram um estudo sobre o ambiente de trabalho na fábrica Firestone em Decatur (Illinois), que produziu a maioria daqueles pneus. Eles descobriram que no período de fabricação (1996-99), empregados e empresa viveram um verdadeiro clima de guerra. Os empregados não aceitaram a nova administração de recursos humanos (iniciada em 1996), por julgá-la incompetente. Esta acusava os dirigentes sindicais de acomodados e mal acostumados com regalias que seriam removidas (Alan B. Krueger e Alexandre Mas, "Strikes, Scabs and Tread Separations: Labor Strife and the Production of Defective Bridgestone/Firestone Tires", janeiro de 2002).
De fato, nos anos de 1997-98, a empresa eliminou benefícios, cortou