Caso clínico
Com base nos dados apresentados e no hemograma do paciente, pode-se concluir que o mesmo apresenta anemia ferropriva, que é facilmente explicada por conta dos hábitos alimentares do paciente, que não ingere carnes vermelhas devido a restrições religiosas.
Pela análise do hemograma, observa-se que as séries branca e plaquetária apresentam-se dentro da normalidade, entretanto a série vermelha apresenta modificações significativas que sugerem o diagnóstico de anemia ferropriva.
A hemoglobina apresenta-se abaixo dos valores de referência, o que já indica a anemia, e com a análise do hematócrito, indicador da porcentagem de eritrócitos no volume total de sangue, VCM (representa a média do volume das hemácias) e HCM (fornece o peso da hemoglobina nas hemácias) percebe-se que os três índices também encontram-se diminuídos. No caso do VCM, sua diminuição representa uma microcitose, confirmada pela análise do esfregaço sanguíneo.
Além dessas alterações, temos que o CHCM, que fornece a concentração de hemoglobina dentro do eritrócito, também está diminuído, indicando que as células estão hipocrômicas, o que pode ser confirmado também pela análise do esfregaço. O RDW indica a anisocitose dos eritrócitos e quando encontra-se aumentado, como no caso deste paciente, indica que há muitas hemácias de tamanhos diferentes circulantes, isto porque a falta de ferro irá levar a uma produção de hemácias de tamanhos reduzidos. Por fim, a contagem de reticulócitos absoluta apresenta-se diminuída, o que sugere uma produção de eritrócitos abaixo da normalidade devido à carência de ferro, necessário para formação do grupo heme.
Após toda a análise foi possível chegar ao diagnóstico dado inicialmente e sugere-se que além do tratamento usual para anemia ferropriva, com doses diárias de ferro elementar até que os estoques de ferro sejam repostos, faz-se necessário que o paciente tenha uma dieta rica em outras fontes de ferro, uma vez que o mesmo não ingere carne