Carcinoma Escamoso Invasivo do Colo Uterino
O aparelho reprodutor feminino possui dois ovários, duas tubas uterinas, o útero, a vagina e a genitália externa. A produção de ovócitos (gametas femininos) e a capacidade de mantê-lo fertilizado durante seu completo desenvolvimento desde a fase embrionária até o nascimento são as principais funções deste aparelho reprodutor. Além disso, produz hormônios sexuais que controlam órgãos do aparelho reprodutor e têm influência sobre outros órgãos do corpo (JUNQUEIRA E CARNEIRO, 2004).
O útero apresenta três regiões com funcionalidades e anatomicamente distintas: o colo, o segmento inferior e o corpo. O primeiro é dividido em ectocérvix que é a porção vaginal coberta por um epitélio escamoso estratificado não queratinizado contínuo com a cúpula vaginal, e endocérvix, que é revestida por um epitélio colunar secretor de muco; esse epitélio mergulha no estroma subjacente formando criptas, denominadas “glândulas” endocervicais. O ponto de encontro entre o epitélio escamoso e o epitélio colunar mulleriano é denominado junção escamocolunar. A posição da junção varia de acordo com a anatomia cervical e com a distribuição das células basais e das subcolunares de reserva presentes cranialmente a essa junção. A “zona de transformação” é formada quando a parte do epitélio colunar é por fim substituída pelo epitélio escamoso e é nela que engloba a junção escamocolunar, na qual se desenvolvem as lesões pré-cancerosas e o carcinoma escamoso (ROBBINS E COTRAN, 2005).
O carcinoma escamoso invasivo do colo uterino é o tipo de câncer mais comum em mulheres de países em desenvolvimento. A maioria dos cânceres invasivos é precedida por lesões pré-cancerosas que passam por longos períodos (aproximadamente 10 a 15 anos) de latência, no entanto, outros, aqueles particularmente compostos por pequenas células, podem apresentar períodos pré-invasivos mais curtos. O papilomavírus humano (HPV) tem um papel especial no que se diz respeito a fatores de risco para o câncer da