Capitulo iv
Capitulo VI
É neste capítulo que aparece a conhecida expressão: ‘’O homem primeiro tropeça, depois anda, depois corre e um dia voará’’ proferida pelo Padre Bartolomeu Lourenço para defender a legitimidade do seu projeto: a passarola. Assim era chamada porque teria o ambicioso intuito de voar. Embora o padre fosse ‘’protegido’’ pelo rei, que sentia curiosidade e interesse por este tipo de projetos e também queria ficar com os ‘’louros’’ caso a passarola fosse bem-sucedida, o sufixo ‘’-ola’’ servia para enfatizar a ironia e gozo de que era alvo pela parte da nobreza e clero.
Finalmente, o pároco mostra a máquina ao ex-soldado, que espantado com a grandiosidade da obra, fica inicialmente relutante quando este lhe pede para que o ajude a terminá-la. Diz-se não ser capaz, pois só possui uma mão. Bartolomeu contra-argumenta: ‘’ maneta é Deus, e fez o universo’’ e que o gancho, que lhe servia de mão esquerda, era uma mais-valia, uma vez que era mais resistente que uma mão e não sentiria dores caso fosse preciso manejar com matérias perigosas ou quentes. Baltasar cedeu.
O ‘’Voador’’ era muito liberal e acreditava no progresso na tecnologia. Projetava uma grande fé na passarola: já tinha tentado três vezes faze-la voar (“pois eu faz dois anos que voei, primeiro fiz um balão que ardeu, depois construí outro que subiu até ao tecto duma sala do paço, enfim outro que saiu por uma janela da Casa da índia e ninguém tornou a ver”). Com a ajuda de Baltasar, a visão da Blimunda que conseguia detetar os erros internos do material e recolher as duas mil vontades quer eram necessárias para que a maquina voasse e a música de Dominique Scarlatti que curou Blimunda quando esta caiu doente com extrema magreza, não lhe restavam dúvidas que esta quarta tentativa estava destinada ao