Considerações Sobre o Capítulo IV da Didática Magna Neste capítulo, o autor cita um trecho de uma citação bíblica para dizer que os homens são frutos perfeitos e aproximados da imagem divina, e por isso é natural que sejam reconduzidos ao seu criador. Ele descreve os homens da seguinte maneira: “(…) parece evidente que o homem foi colocado entre as criaturas visíveis para que fosse: I. Uma criatura racional, II. Uma criatura senhora das criaturas; III. Uma criatura feita a imagem de seu criador e para seu deleite”. [1] Assim, ele explicita o fato de que o homem é a mais perfeita das criaturas na Terra e que deve servir-se com sabedoria de todas as coisas que existem na natureza. A compreensão dos modos e técnicas para extrair da natureza o que precisa e na medida certa, dependem do conhecimento, de uma visão e atitudes honestas para consigo mesmo e os outros, e de uma conexão espiritual. Da mesma maneira que Comenius acreditava que a excelência do homem só poderia se dar quando este compreendesse completamente sua própria natureza, bem como a natureza e finalidade de todas as coisas na Terra, a educação hoje compartilha esse pensamento. No entanto, o conhecimento passou a ser a base central para a formação do homem, pressupondo que, se o homem conhece profundamente as técnicas de aproveitamento do que a natureza têm para nos oferecer, isso basta. Nossas sociedades nos mostram que falta aos homens uma educação que se volte também para o agir social. A única preocupação moral quando falamos em educação hoje fica pressuposta, quando muitos países, incluindo o Brasil, têm como obrigatoriedade a frequência de crianças a partir dos 7 anos completos às escolas. A vida social já passa a ser garantida. Para muitos pedagogos, o convívio com professores e outros alunos na escola é importante para a formação do sujeito enquanto ser social. Mas é fácil contestar esse tipo de afirmação, uma vez que apenas o convívio não é capaz