Plano de aula
Alfredo Veiga-Neto **
Expressões ou Palavras-chave:
Pedagogia Moderna
Caverna
Didática Magna
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Genealogia
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Michel Foucault
Ratio Studiorum
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Emergência
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Alegoria da
Proveniência
A análise da Pedagogia deve especificar sua emergência, expansão e consolidação como dispositivo de intervenção e controle da vida social e individual dos sujeitos e como dispositivo de reprodução do poder.
(Díaz, 1998, p.23)
A Pedagogia não é natural
O conjunto de saberes que se reúnem sob a denominação de Pedagogia não é algo natural, algo que esteja aí no mundo e que tenha sido descoberto pela razão humana. Ao contrário, esses saberes têm uma história; e uma história que é bastante recente. Igualmente, as práticas educacionais que se dão segundo tais saberes também não são naturais, mas foram inventadas e, assim sendo, têm também a sua história.
Como conjunto de saberes —saberes que dizem como se deve ensinar, como as pessoas apreendem, como devem funcionar as escolas para que a aprendizagem seja mais efetiva, quais os conhecimentos são mais relevantes para compor um currículo, como professoras e professores devem exercer seus ofícios, etc.—, a Pedagogia, na forma em que hoje a conhecemos, estruturou-se no mundo europeu a partir do século XVI. Como muitos autores têm demonstrado, foi a partir de então que tais saberes (pedagógicos) foram tomando uma nova forma e dizendo coisas muito diferentes do que, até então ao longo da Idade Média, se diziam sobre o ensinar e o aprender.
Se chamarmos de Modernidade ao período histórico que sucede à Idade Média, podemos dizer que a Pedagogia Moderna representou uma ruptura profunda em relação aos saberes que, naquilo que se refere às questões educacionais, tinham se acumulado no pensamento europeu desde as “fases” finais da Antigüidade greco-romana. Em outras palavras, aquilo a que se assiste, a partir do século XVI, não é um