CAP TULO II
Protoformas do Serviço Social
1. Grupos Pioneiros e as Primeiras Escolas de Serviço Social
As obras caridosas mantidas pelo clero (e leigos) possuem uma longa tradição, remontando aos primórdios do período colonial. A parca precária infraestrutura hospitalar e assistencial existente até fase bastante avançada do Império se deve quase exclusivamente à ação das ordens religiosas europeias que se implantam e disseminam pelo país.
A tentativa de intervenção na organização e controle do proletariado também não é recente. Os Carlistas, ou Scalabrinianos, por exemplo, se implantam no Brasil logo em seguida às grandes ondas imigratórias que têm origem na Itália, para atuar junto aos seus compatriotas. Estes se substituir o escravo nas grandes plantações e, posteriormente, constituir o mercado de trabalho urbano.
A participação do clero no controle direto do operariado industrial remonta, por sua vez, ao surgimento das primeiras grandes unidades industriais, em fins do século passado. É vivia a presença de religiosos no próprio interior dessas unidades, que muitas vezes possuíam capelas próprias, onde diariamente os trabalhadores eram obrigados a assistir à missa e a outras liturgias. Nas Vilas Operárias sua presença é constante. No plano sindical, com o apoio patronal, desenvolvem iniciativas assistenciais (mútuas etc.) e organizacionais visando contrapor-se ao sindicalismo autônomo de inspiração anarco-sindicalista. Na imprensa operária independente são frequentes as críticas à posição patronal e divisionista desses movimentos, cujos aderentes e mentores são ironicamente qualificados de amarelos e urubus.
No entanto, o que se poderia considerar como protoformas do Serviço Social, como hoje é entendido, tem sua base nas obras e instituições que começam a “brotar” após o fim da primeira guerra