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Biografia:
Nasce em 1839, no Morro do Livramento, no Rio de Janeiro
Filho de um operário mulato e uma imigrante açoriana
Menino pobre é já na infância órfão
Teve uma educação irregular , compensada pelo afã autodidata com que procurou desde cedo superar a subalternidade inerente às origens étnica, social e econômica, visíveis na condição de “homem livre na ordem escravocrata” e, sobretudo, na pele escura herdada dos avós afro-brasileiros
Ainda na adolescência, trabalha como aprendiz de tipografo na Imprensa Nacional, passando logo depois à redação do Diário Oficial e à atividade de cronista em diversos periódicos, nos quais escreveu ao longo de toda a vida
Adulto, ingressou na carreira burocrática, galgando postos de importância na hierarquia do Estado
Sua biografia mostra a ascensão de um afrodescendente, vindo das margens da estrutura social, para se aproximar da elite de sue tempo
Eduardo de Assis Duarte
Doutor em Letras pela USP
Professor de Literatura da Faculdade de Letras da UFMG
Coordena um projeto integrado de pesquisa afro-descendências
O proposito da coletânea:
Releitura da obra de Machado de Assis
Com vistas à pesquisa das manifestações de afro-descendência, expressas sobretudo, nos posicionamentos textuais a respeito da escravidão e das relações inter-raciais existentes no Brasil do século XIX
As literaturas lusófonas do século XIX foram, desde sempre, consideradas um espaço branco que nos remete à Europa e não à África
O perfil social e a configuração literária do primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras permanecem em nossa historia intelectual como sendo de um integrante ilustre do mundo acima descrito: poliglota, conhecedor erudito da literatura e da cultura “universais”, tradutor de Dante, Victor Hugo O perfil literário fez-se tão ocidental que acabaria deixando suas marcas na imagem publica construída ao longo do tempo e ate mesmo na aparência física processo de branqueamento identitario