Boas Relações Pessoais e Institucionais
Para falar das relações etnicorraciais com intersecção de gênero no Brasil, faz-se mister remontar o passado com auxilio de pesquisadores antigos e contemporâneos que nos indicam como os povos se percebiam, de quais influências se valiam na formulação de conceitos e preconceitos acerca das características bio-psicossociais do(da) diferente. As últimas descobertas enfatizam que a descendência humana vem de um único ancestral e que este é africano, estudos publicados na revista Nature, 2000/, indicam que o Homo Sapiens, partiu da África seguiu pela Europa, Oriente Médio e Ásia, adaptando-se aos climas,e ambientes apresentando mudanças nos pêlos, cor da pele, formato do nariz, como forma de sobrevivência e preservação da espécie.
Ibn Khaldum, filósofo (1332-1406) nascido em Tunis, norte da África acreditava que era necessário aproximar-se da verdade passo a passo, ora criticando, ora comparando. Sua obra Muqqadima, traduzida por Vincent Monteil, traz importantes explicações sobre a África. Outros livros publicados a partir de l738, (Dalzel e Morris), que eram comerciantes de escravos e precisavam de argumentos contra ou a favor da escravidão. Já Hegel, (1770-1831), afirmava que a África não é um continente histórico; que lá não existem mudanças nem desenvolvimento e que os povos negros são incapazes de se desenvolverem e de receberem uma educação. Opiniões ainda discutidas e reinauguradas como científicas de tempos em tempos. A escola alemã, fortemente influenciada pelas idéias hegelianas, entendia que havia no mundo dois tipos de povos: os povos históricos, e os não históricos, neste segundo grupo, o povo africano. Assim pensavam também os etnógrafos europeus até o início do século XX.
C. Arambourg, antropólogo (A História Geral da África, pág. 288), aponta que todos os estágios de desenvolvimento do homem encontram-se na África, ou seja, do