Boas práticas agrícolas para a produção de hortaliças
Boas práticas agrícolas para a produção de hortaliças
Celso Luiz Moretti
Laboratório de Pós-colheita
Embrapa Hortaliças
1. Introdução
As hortaliças são parte integrante da dieta da população mundial. No Brasil, o consumo é ainda pequeno ficando, em média, ao redor de 50 kg por habitante por ano. Todavia, em função de algumas espécies serem excelente fonte de vitaminas, sais minerais e substâncias antioxidantes, como a vitamina C, o βcaroteno e o licopeno, este último comprovadamente relacionado com a prevenção de diferentes tipos de câncer, o consumo destes alimentos tem crescido no país.
A idéia central do presente documento é fornecer recomendações de caráter geral que permitam uniformizar a adoção de procedimentos que assegurem a qualidade das hortaliças produzidas nos diferentes sistemas de produção empregados no País, não tendo-se a pretensão de esgotar o assunto, uma vez que existe vasta literatura internacional a respeito do tema abordado.
Acredita-se que adoção do conjunto de informações apresentadas a seguinte permitirá a minimização da ocorrência de contaminações químicas, físicas e microbiológicas das hortaliças, bem como contribuirá para a sustentabilidade econômica, ambiental e social da atividade.
Horticultura Brasileira, v. 21, n. 2, julho, 2003 – Suplemento CD.
2. Limites de adoção das Boas Práticas Agrícolas (BPA)
Especificamente, as Boas Práticas Agrícolas (BPA) descritas neste documento aplicam-se à produção de hortaliças no campo ou sob proteção
(cultivo protegido). Os focos principais de concentração são nos perigos microbiológicos, físicos e químicos, sendo também enfocadas práticas que visam a conservação dos solos, da água e o bem estar dos trabalhadores, de tal forma a tornar a produção economicamente viável, ambientalmente segura e socialmente justa. Não é objetivo das BPA cobrir as práticas que mantenham a segurança alimentar das