Bens
A temática da violência não é um tema sociológico recente, pois são conhecidas diversas práticas violentas usuais na Antigüidade. Essas práticas começaram a serem discutidas a partir do século XIX. Assim, a violência passou a ser caracterizada como um fenômeno social e despertou a preocupação do poder público e também de estudiosos de várias áreas, tais como: Ciências Sociais, História, Geografia, Economia, Medicina, Psicologia, Direito, entre outros.
Os principais autores que passaram a debater sobre a violência clássica relacionada à Barbárie foram Marx, Hegel e Nietzsche. Porém, esse tipo de violência ainda pode acontecer na atualidade. Com base em Filho (2001), para Marx a violência passou a ser algo superável e não inerente ao homem. E para Nietzsche ela é algo que pertence ao homem2. Por se tratar de uma questão já existente desde a Antigüidade, vale lembrar que existem relatos referentes à Idade Média em que a violência física fazia parte do homem medieval. Atos violentos eram comuns, tais como: mãos decepadas, purificações em fogueiras, mortes públicas, entre outros. Não é difícil encontrar indícios na Bíblia de cenas violentas, a começar pela expulsão de Adão e Eva do paraíso, pois esta é:
[...] um repositório incomum de violências, um abecedário completo e variado, que vai da violência física à violência sutil e maliciosa, do estupro ao fraticídio, do crime passional ao crime político (Odalia, 1985: 18).
Norbert Elias analisou o processo civilizador, enfatizando principalmente a universalização dos costumes, sobretudo após o Renascimento. Este processo civilizador (ELIAS apud BUORO, 1999) só foi possível devido ao fato dos indivíduos obedecerem a normas de convívio e de conferirem ao Estado o monopólio do exercício da violência. Com efeito, esta violência deixou de ser espontânea e irracional para ser centralizada e monopolizada.
A discussão a respeito da existência de práticas violentas desde a Antigüidade é tratada