Artigo sobre Televisão

1 – O homem e a imagem

Como lembra Ciro Marcondes Filho (1988: 73pp.), desde a pré-história o homem usa as imagens para se comunicar. Ainda vivendo nas cavernas, nossos ancestrais pintavam animais nas rochas por acreditar que, desta forma, poderiam dominá-los. Como não detalhavam essas pinturas denominadas rupestres, o animal desenhado tornava-se abstrato, ou seja, era simplesmente um animal e poderia ser qualquer um.
A representação da imagem se sofistica no mundo civilizado. No Egito, por exemplo, as pinturas têm uma relação direta com os mortos. Presentes nas tumbas, as formas mais freqüentes são as de animais e vegetais. A civilização grega humaniza as ilustrações, dando-lhes sensualidade, perfis, cores suaves e cabelos trabalhados. As imagens são o testemunho de mentalidades, épocas, lugares e valores. Podem também nos transportar para um mundo distante da nossa realidade.
De lá para cá, uma série de inovações tecnológicas contribuem ainda mais para estreitar a relação do homem com a imagem. Jacques Daguerre cria a máquina fotográfica na França, em 1831. Considerada por muitos como uma das maiores invenções do homem, a fotografia decreta o fim dos cinco mil anos da pintura representativa e do caráter único da obra de arte. A partir daí a pintura volta-se mais para o abstrato e do que é impossível de ser capturado pela câmera. A descoberta da fotografia faz parte de uma transformação mundial da cultura, da comunicação, se reflete na imprensa e impulsiona as seguintes invenções: a partir de 1850 o mundo muda com o surgimento do rádio, do disco e do cinema; em 1867 é inventada a máquina de escrever; o telefone funciona pela primeira vez em 1876; a primeira mensagem telegráfica é emitida em 1884; surgem em 1890 as primeiras revistas ilustradas; a rotativa permite que jornais dos Estados Unidos e Inglaterra circulem em alta escala e com regularidade. A saída para que as empresas possam pagar pela compra desse invento é a transformação dos jornais em