Psicologo escolar
Maria Regina Maluf
Universidade de São Paulo
E
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
O desenvolvimento da pesquisa brasileira na área da Psicologia vem alcançando nos últimos anos enorme progresso, graças principalmente aos esforços provenientes dos trabalhos realizados em cursos de pós-graduação, que além de atenderem uma demanda reprimida de profissionais da Psicologia e de áreas afins que não haviam tido a oportunidade de prosseguir sua formação, passaram a atrair um número crescente de jovens recém-formados que pleiteiam o mestrado e o doutorado. A formação para a pesquisa, que habitualmente só começava nos cursos de pós-graduação, começa a ocorrer já nos cursos de graduação, estimulada por programas diversos de iniciação. Tais ocorrências nos parecem animadoras, no sentido de que abrem caminhos para maior integração entre os diversos níveis de formação.
Em documento anterior (Maluf, 1996a), tratando das relações entre a graduação e a pós-graduação em Psicologia, já nos referimos a algumas das características desses dois sistemas de ensino, mostrando que, enquanto a pós-graduação evoluiu assistida desde o início por processos de avaliação e acompanhamento que permitiram que predominasse uma certa parcimônia na criação de novos cursos, o que contribuiu para sua consolidação em níveis razoáveis de qualidade, a graduação conservou-se à margem de processos avaliativos, evidenciando-se a partir da década de 70 a explosão desordenada e desprovida de qualquer tipo de controle de novos cursos.
Em 1996 discutia-se a qualidade dos cursos de pós-graduação e também se perguntava se caberia a ela suprir deficiências dos cursos de graduação, que estavam sendo convidados a efetuar reformulações curriculares em decorrência da Lei Darcy Ribeiro, de 1996, que fixou as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e eliminou a exigência de um currículo mínimo para os cursos de formação em nível superior.