Arie de Geus
Dez anos antes da virada do milênio, Arie de Geus1 teve uma intuição genial quando estava lendo a revista The Economist. Como se tratava de uma edição anual com a lista das 500 maiores empresas do mundo, ele se perguntou onde elas estariam em 2000. Como teria que esperar 10 anos pela resposta, resolveu fazer uma pesquisa reversa e foi procurar a lista das 500 maiores empresas em 1980, para saber onde elas estavam em 1990. E fez isto para vários anos.
O resultado o surpreendeu. Cerca de 50% das empresas simplesmente haviam desaparecido com menos de 10 anos! E a média de vida das empresas era de apenas 14 anos! E não se tratavam de pequenas e médias empresas. Estamos falando da lista das maiores empresas do mundo.
Mas esta não foi a única surpresa. Seu estudo identificou um grupo de 20 empresas centenárias, que tinham sobrevivido às duas guerras, à crise de 1929 e todas as mudanças tecnológicas acontecidas ao longo do século. E foi aí que entrou o toque de gênio e ele se fez a pergunta certa: Será que existem características comuns a estas vinte empresas? E se existem, quais são estas características?
A partir daí, ele se dedicou durante mais de cinco anos a conhecer profundamente cada uma destas vinte empresas. E o resultado deste trabalho mudou para sempre a maneira como encaramos as empresas. Na verdade, seu estudo comprovou que estas empresas possuíam quatro características em comum, e com a ajuda de Peter Senge, ele resolveu batizar estas empresas de learning organisations, organizações que aprendem.
As quatro características das empresas que duram (as organizações que aprendem) que emergiram do estudo de Arie de Geus foram:
1. Possuem visão sistêmica: O grupo das empresas centenárias monitoram sistemáticamente o ambiente de negócios e procuram identificar as principais tendências. Muitas delas, ao longo de sua longa vida, mudaram de ramo, ou abriram novas empresas. E NÃO se utilisaram da visão cartesiana,