Religiao e Ciencia
Questão 4
Rigorosamente, o exame profundo da espiritualidade foge ao domínio da Ciência e aos cientistas é permitido apenas a investigação de certos fenômenos a ela relacionados, de forma restrita e pontual, o que talvez nunca venha a ser suficiente para oferecer-lhes o esclarecimento que desejariam obter sobre o tema. Sob esta perspectiva, em relação à espiritualidade, a Ciência busca o entendimento de um todo desconhecido, apenas a partir de partes restritas e superficiais, que se constituem em certo resíduo visível, sem dispor de linguagem nem de instrumental conceitual apropriados para encaixar tais partes de forma cognoscível.
"modestamente críticas em relação a si mesmas, as ciências se limitam ao que pode ser conhecido com precisão, ao particular e, portanto, ao concreto". [4] Em outras palavras, a Ciência só se propõe questões que possa resolver. Mais grave que isto, eu diria, em muitos casos ignora ou desdenha tudo aquilo que não consiga compreender.
Dogmas[editar | editar código-fonte]
Os dogmas da religião civil são enunciados da seguinte maneira: "A existência da divindade poderosa, inteligente, benfazeja, previdente e provisora; a vida futura; a felicidade dos justos; o castigo dos maus; a santidade do contrato social e das leis - eis os dogmas positivos. Quanto aos dogmas negativos, limito-os a um só: a intolerância, que pertence aos cultos que excluímos."2
Na Carta de Rousseau a Voltaire sobre a Providência, de 1756, um embrião desse conceito aparece quando Rousseau lança a hipótese do "catecismo do cidadão", que seria um código moral constituído por máximas comuns a todos os credos conhecidos. Em sua versão definitiva da religião civil, no Contrato Social, Rousseau acrescenta um dogma de política: o da santidade do contrato e das leis.
Contudo, Rousseau distingue esses dogmas dos dogmas das religiões em geral, pois para ele trata-se de "sentimentos de sociabilidade", sem os quais "é impossível ser bom cidadão ou súdito fiel".3