Aplicabilidade das Teses de Maquiavel
1ª TESE: Capítulo II – Dos principados hereditários (De Principatibus Hereditariis)
Um exemplo de aplicação da segunda tese do livro “O Príncipe” de Maquiavel, na qual o escritor discorre sobre os principados hereditários, é o governo da Síria. O país, localizado no Oriente Médio, tem, há mais de 40 anos, boa parte dos principais cargos políticos ocupados por integrantes da família Assad, membros da seita dos alauítas.
Hafez al-Assad (1930 – 2000): O primeiro dos Assad. Pertencente ao Partido Baath (Facção Síria), governou a República Árabe da Síria de 1971 a 2000, quando morreu de ataque cardíaco, aos 70 anos;
Rifaat al-Assad: Irmão de Hafez, foi Chefe de Segurança, hoje está exilado na França em razão de uma tentativa de golpe em 1984;
Jamil al-Assad (1933-2004): Irmão de Hafez. Parlamentar, comandante da milícia;
Basil al-Assad (1962-1994): Filho de Hafez, era o original sucessor da presidência, porém morreu 6 anos antes de seu pai, em um acidente de carro;
Tenente-coronel Maher al-Assad: Filho de Hafez, é comandante da Guarda Republicana, e do exército de elite a Quarta Divisão Blindada;
Adnan al-Assad: Primo de Hafez, é Chefe da milícia armada em Damasco;
Muhammad al-Assad: Primo de Hafez, é outro líder da "milícia armada";
Bashar al-Assad: Filho de Hafez, é o atual presidente da Síria desde 2000.
Além de cargos políticos e militares, os Assad (e agregados) predominam no setor econômico e industrial do país; são, sem dúvidas, a família mais influente e poderosa do país. No capítulo em questão, Maquiavel aponta as vantagens de governar um principado que já pertencia a família. A principal delas é a manutenção do poder, caso o novo príncipe também mantenha as táticas e técnicas de seu antecessor, “a menos que uma força desmedida e excessiva o prive dele”. O escritor também destaca a facilidade que o “sucessor natural” tem de ser amado. No caso da Síria, a força que o priva da