Análise do poema D. Dinis - Mensagem
- Passo agora a recitar o poema:
- D. Dinis é um dos muitos heróis cantados por Fernando Pessoa. Mas o que é valorizado neste herói não são propriamente os seus feitos, mas o significado oculto que eles encerram. Não é, portanto, a grandeza das ações concretizadas que importa, antes o seu alcance.
- Já nos Lusíadas, pelo contrário, Luís de Camões narra em três oitavas a obra de D. Dinis, sendo apresentada uma visão mais concreta do seu reinado, em que o poeta enaltece a ação de D. Dinis: “Co este o Reino próspero florece, (…) Em constituições, leis e costumes”, referindo ainda a fundação da Universidade e a reforma do país “Com edifícios grandes e altos muros”. Contudo, o poeta não faz qualquer alusão ao facto de ter sido D. Dinis o Rei a plantar o pinhal de Leiria, contrariamente à Mensagem, onde este é o facto posto em relevo por Fernando Pessoa.
- Para além disto, D. Dinis ficou conhecido como o Rei Lavrador, pelo impulso que deu à Agricultura durante o seu reinado, bem como o Rei Poeta pelo seu amor à poesia e à cultura.
- Na primeira estrofe, o sujeito lírico faz referência a essas duas vertentes:
D. Dinis é um trovador, ou seja, um poeta de origem nobre que escreve poesia de âmbito lírico.
Apesar de o poema se iniciar com a imagem de D. Dinis a escrever uma das suas Cantigas de Amigo, Pessoa não faz grande alusão a esta faceta do monarca, dando mais relevo ao seu lado empreendedor e visionário, que o impeliu a construir o pinhal de Leiria, caracterizando o Rei como “plantador de naus a haver”, já que seria dos pinhais plantados por D. Dinis que viria a madeira com a qual se construiriam as naus