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A primeira estrofe sintetiza, ainda, um percurso que explicará a natureza da própria Europa. A orientação escolhida pelo sujeito poético para descrever o corpo não é inocente: “De Oriente para Ocidente”. Deste modo, mais do que reforçar o visualismo que nos permite imaginar um corpo humano deitado, o poeta faz uma verdadeira síntese da evolução da cultura europeia, nascida a Oriente, na Grécia, e continuando para Ocidente.
É preciso notar que este caminho em direcção ao Oeste é feito de acumulações e não de perdas e a cultura europeia é, assim, explicada como Lavoisier explicou a natureza: nada se perde. A cultura europeia é feita, portanto, de todos esses elementos que se acumularam ao longo do tempo. É uma cultura compósita que junta os “românticos cabelos” e os “olhos gregos”. A imagem do corpo reforça, então, essa ideia de vários elementos que constituem uma unidade, o corpo é o símbolo dessa aglutinação de culturas que correspondem, no fundo, a uma só. A segunda estrofe prolonga o visualismo com as referências a partes do corpo e reforça, ao mesmo tempo, a ideia de uma cultura constituída por elementos diversos, com a indicação de mais dois países. Também aqui é fundamental atentar no pormenor, antecipando uma possível interpretação: o cotovelo em que assenta o rosto poderá constituir uma