Começos por falar do projeto do percurso, à escala 1:500. Numa fase inicial tive de trabalhar a disposição das massas de maneira a que houvesse uma união entre as duas margens. Esta foi conseguida através de uma serie de eixos e enfiamentos visuais, bem como do nivelamento das contas entre massas colocadas em margens opostas. Concebi o meu percurso de maneira a que o transeunte não tenha sempre acesso visual a certos elementos importantes, como o rio e o condutor. O percurso é iniciado numa praça que está em contacto com o rio mas, organizei o território de maneira a que o transeunte tenha de se deslocar para o interior para só mais tarde se vir a encontrar outra vez com o mesmo. Isto surgiu devido ao problema da redimensão do espaço quando passamos de uma escala maior para uma mais detalhada, isto porque tinha espaços vazios de grandes dimensões e, para colmatar esta adversidade, resolvi jogar com diferentes cotas de maneira a que não só resolvesse este problema, mas também de maneira a que o percurso se tornasse mais interessante. O facto de bloquear a visão sobre o rio e obrigar o transeunte a deslocar-se para zonas interior faz com que, quando este se encontra com o curso natural, aprecie muito mais a paisagem de que está a usufruir, ou seja, o contacto sobre o rio é quase como que uma exceção levando a um maior prazer quando este contacto é permitido. Tentei tornar o percurso mais aliciante através de alguns pormenores que quebrassem com a monotonia como por exemplo uma praça coberta em contacto com a cascata, um percurso que se realiza abaixo do nível da água, outro em que se percorre no interior de uma massa, que por sua vez recebe o contacto do rio, uma massa colocada, única e exclusivamente, para impedir o vislumbre do rio, etc. A cascata também foi importante na maneira como abordei o projeto, uma vez que construi locais onde fosse possível ouvir a cascata, mas, por sua vez, não fosse permitido qualquer tipo de contacto visual. A relação entre o condutor