Fernando pessoa - "mensagem"
Mensagem, de Fernando Pessoa
Sobre a obra, Análise de “Brasão” e “Mar Português”, 3 Testes de Análise de Poemas, Gramática – Actos ilocutórios, funções da linguagem, deícticos e figuras de estilo. Inclui texto complementar ao estudo da obra Mensagem
Autor: Francisco Cubal
Estrutura da obra:
A poesia da “Mensagem” poderá ser vista como uma epopeia, pois parte de um núcleo histórico. Contudo, a sua formulação é simbólica, mítica, e não possuirá continuidade. O poema Mensagem, exaltação do Sebastianismo que se cruza com a expectativa de ressurgimento nacional, assenta num simbolismo e misticismo, revelador de uma faceta oculta e mística do poeta. Há na mensagem uma transcrição da história de uma nação, mas transfigurada, onde a acção dos heróis, só adquire pleno significado dentro duma referência mitológica. Aqui só serão eleitos, só terão direito à imortalidade, aqueles homens e feitos que manifestam em si esses mitos significativos. Assim, a estrutura da Mensagem, transfigura e repete a história duma pátria como o mito dum nascimento, vida, morte e renascimento de um mundo. A cada um destes momentos corresponde (respectivamente) o “Brasão”, o “Mar Português” e “O Encoberto”. O “Brasão” corresponde à primeira parte e ao plano narrativo da história de Portugal, n’Os Lusíadas, onde encontramos hérois míticos ou mitificados, desde “Ulisses” a “D.Sebastião, rei de Portugal”. Trata-se de heróis vencedores, nalguns casos, mas falhados na opinião geral, ignorados, ou quase, por Camões. O “Mar Português” corresponde à segunda parte e ao tempo da “acção épica”. Constituída por doze poemas inspirados na ânsia do desconhecido e no esforço heróico da luta contra o Mar – figurados em “O Mostrengo”, “Mar Português” e “A Última Nau”. “O Encoberto” corresponde à terceira parte, onde se insinua que o Rei Encoberto virá, “segundo as profecias de Bandarra e a visão do Padre António Vieira, numa manhã de nevoeiro”. Assim, a terceira parte, é toda ela