Mensagem - fernando pessoa
Um épico português
Benedictus Dominus Deus noster qui dedit nobis signum.
Para o início do livro, Fernando Pessoa escolheu uma elocução em latim que Literalmente traduzida poderá significar: “Bendito sejas Deus nosso Senhor, que nos deu o verbo”, embora uma tradução mais correcta seja: “Bendito sejas Deus nosso Senhor, que nos deu o sinal”. Esta expressão latina é significativa por encimar a obra Mensagem, como um aviso e simultaneamente um anúncio. Ao leitor é dito, de maneira velada, que esta é uma obra de sinais, uma obra de símbolos. Mensagem pode ser lido como um poema épico. Ali estão descritos os heróis, suas jornadas e feitos como também uma visão da esperança no futuro. Uma epopéia portuguesa. Sua primeira parte é a descrição do brasão português, que relaciona o símbolo e os heróis da nação, pois Fernando pessoa é um poeta que se exprime não só por conceitos, mas também por símbolos. A Segunda, “Mar Português”, mostra as navegações e conquistas marítimas de portugal. A última parte, “O Encoberto” apresenta Dom Sebastião, o mito, como aquele que retornaria à portugal em sua glória, o início da ressurreição da nação. Brasão começa com “Os Campos”, que são os campos onde a história acontece, se desenrola. A primeira parte de “Os Campos” (Os Castellos) começa com a descrição da Europa no mundo, comparando-a com uma pessoa (uma mulher) da qual o rosto, a parte com que encara o mar, é Portugal. É o poeta atribuindo à nação a responsabilidade de “encarar” o desconhecido, a imensidão do mar que está diante da Europa. Já a Segunda parte (O das Quinas) é a constatação de que a responsabilidade, o dom que os heróis portugueses teriam com relação à conquista do mar e o fato de estarem destinados a se tornarem heróis de sua nação exigiram como recompensa o sangue de seus mártires. E compara estes heróis com o próprio cristo, que sofreu e morreu para cumprir com o destino superior que lhe fora