Antropologia
Texto 1: A Expressão obrigatória dos sentimentos (Rituais orais funerários Australianos) e Dom, Contrato, Troca:
Dentro do estudo do ritual oral dos cultos funerários australianos, Mauss mostrou que as expressões orais de sentimentos e as lágrimas não são apenas fenômenos psico-fisiológicos mas também são fenômenos sociais.
Os ritos na Austrália compõem-se, em suma, de gritos e uivos, canto fúnebre, sessões de espiritismo e conversação com o morto. Além disso, os rituais terminam em séries de danças. As expressões de dor e sofrimento são acompanhadas de auto-flagelações para entreter a dor. Os rituais possuem um caráter coletivo, o que em nada prejudica na intensidade dos sentimentos, muito pelo contrário esse caráter aumenta a emoção e os sentimentos.
Em Queesland, Austrália, as lágrimas podem representar entre os negros tanto alegria como o pesar e por isso os ritos tem como finalidade demonstrar as duas partes que se saúdam o uníssono de seus sentimentos.
Já em Dom, Contrato, Troca, Mauss mostra o ritual do potlatch nas sociedades do noroeste americano e na Melanesia. Esse ritual é uma festa onde os clãs emitem seus cânticos sagrados e excitam seus xamanes hereditários para receber os espíritos do clã. Essa festa acontece para acompanhar a repartição de bens e de trocas especificas entre os membros da sociedade e aquele clã que recebe deve ceder mais do que o que ele recebeu.
Para os polinésios, o potlatch se assemelha com as formas de prestações totais, onde todo contrato se inicia por uma troca de presentes. Eles tem a obrigação de dar, de receber e de retribuir e as trocas possuem um caráter espiritual.
Em semelhança com o potlatch, existe entre os celtas de Gália transplatina o ritual do festim traduzido por Posidônio de Apaméia. Nesse ritual a prática de receber, dar e retribuir presentes é acompanhada por um combate singular entre os homens. Enquanto uns estão em combate, outros recebem os presentes e dividem entre seus