Antropologia
É comum, mesmo hoje em dia, tantos anos após a abolição da escravatura, que ainda se tenha notícias de casos de trabalho escravo, onde certos trabalhadores vivem em condições sub-humanas para sobreviver. Essas pessoas sofrem com ameaças frequentes e simplesmente perdem a força de vontade de lutar contra os seus agressores. Esse tipo de violência é que nós trouxemos para ser analisado na próxima parte deste trabalho
Além disso, porém, existem ainda os casos mais drásticos, onde a própria cultura do indivíduo o influencia de tal maneira, levando-o a crer que pelo simples fato de ter sido alvo de uma feitiçaria, ou de ter avistado um suposto fantasma, ele terá a morte certa. O que parece absurdo para nós (com nossa natural visão etnocêntrica), entretanto, de fato acontece.
O autor nos apresenta o caso dos índios Kaapor, que têm a crença de que se a pessoa vislumbrar um fantasma, logo morrerá. Havia um índio na tribo que viu a alma de seu pai falecido perambulando pela floresta. Ele deitou-se em uma rede esperando pela morte e, passados dois dias, foi encontrado morto. Laraia também narra algumas de suas experiências como pesquisador (nessa mesma tribo indígena Kaapor, grupo Tupi do Maranhão), e dentre elas, está o caso da índia que os procurou alegando ter visto um fantasma (em sua língua, um “anãn”). Para que não morresse, precisaria tomar um remédio para fantasma (“anãn-puhan”). Diante de tal situação, os pesquisadores acabaram por lhe oferecer um comprimido de vitamina C e, acreditando nos poderes do branco, a índia se sentiu curada e sem qualquer resquício do mal que o fantasma lhe causara.
Outro exemplo da influência da cultura sobre a vida e a morte das pessoas nos é apresentado a seguir. Vários