DIREITO
Por Thaís Nicoleti
"O baixo desempenho em matemática no ensino médio, segundo o secretário, se deve ao nível de complexidade da disciplina, que é maior nos últimos anos do ensino médio; à idade dos alunos, que são, na maior parte adolescentes; e à formação dos docentes."
O emprego do ponto e vírgula parece ser um dos capítulos mais misteriosos da gramática. Há quem diga - e a ideia espalhou-se - que, tal como se faz com os parênteses e colchetes na matemática, ele serve para separar orações que já tenham vírgulas em seu interior.
Esse raciocínio tem levado muita gente a fazer mau uso do ponto e vírgula. Essa pontuação é empregada para separar itens de um relatório quando dispostos um abaixo do outro, mas não é adequada para separar os itens de uma enumeração num texto corrido.
Nessa situação, que é a que ilustra o fragmento destacado, as vírgulas é que separam os itens enumerados. Assim, esquematicamente, "o baixo desempenho em matemática no ensino médio, segundo o secretário, deve-se a X, Y e Z, não a X; Y; e Z, independentemente de haver intercalações no interior do período.
Caso se incomode com o "excesso" de vírgulas, o redator terá como alternativas o uso de parênteses ou de travessões para marcar as intercalações ou, o que costuma ser o mais indicado, a reestruturação do período.
É muito comum que redatores apressados queiram pontuar os textos como quem tenta calçar o sapatinho da Cinderela em pés mais avantajados, ou seja, não veem que há textos "impontuáveis" porque mal elaborados. A solução nem sempre está na pontuação - muitas vezes, é preciso mudar o texto.
O texto acima não se enquadra nesse caso extremo. É, na verdade, bem fácil de pontuar, observando-se a substituição do ponto e vírgula pela vírgula. É possível, porém, eliminar algumas de suas gordurinhas, o que favorece a fluência da leitura.
Abaixo, uma sugestão:
O baixo desempenho em matemática no ensino médio, segundo o secretário,