antropologia
Juliana da Silveira Pinheiro
Data de submissão: 30 maio 2011
Data de aprovação: 18 jul. 2011
Resumo
O presente artigo pretende apresentar a idéia de que o ser humano cartesiano é uma entidade para ser sentida, muito mais do que claramente pensada. Neste sentido, a testemunha do que somos é dada pelas paixões, e não pelo puro entendimento. O dualismo cartesiano – tese de que o ser humano é constituído por corpo e mente, ambas substâncias distintas – leva-nos a pensar o homem como um composto de duas coisas incompatíveis. No entanto, a experiência sensível nos revela um ser humano, cuja mente e corpo estão unidos e interagem entre si, formando uma unidade substancial. Embora a noção da união entre mente e corpo seja dificilmente concebível diante do dualismo de Descartes, ela é cotidianamente experimentada. No âmbito da vida prática, o ser humano cartesiano é mais uma experiência do que sentimos ser, do que pensamos claramente ser.
Palavras-chave: Descartes; ser humano; paixões; entendimento.
Abstract
This paper aims at presenting the Cartesian idea of a human being as an entity to be felt, instead of clearly thought. From this point of view, the testimony of what we are is given by passions, not by pure understanding. Cartesian dualism – the thesis that a human being is constituted of body and mind, both distinct substances – leads us to think of man as a composite of two incompatible things. However, sense experience reveals us a human being, whose mind and body are united and interact, as a substantial unity. Although the notion of union between mind and body is hardly understood in the face of Descartes’ dualism, it is everyday experienced. In practical life, the Cartesian human being is more an experience of what we feel, than of what we clearly think to be.
Keywords: Descartes; human being; passions; understanding.
Doutoranda em Filosofia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),