Antropologia
* Mito é fala, narrativa; mas não é uma fala e uma narrativa quaisquer, e sim uma fala e uma narrativa especial. Por quê?... * Porque o mito narra nosso passado, nossa tradição; porque o mito explica o mundo e confere sentido e valor às coisas; porque o mito é narrativa fabulosa de nossa origem (natural, humana e social).
* Por isso se pode dizer que o mito é uma linguagem – a linguagem do mito, a linguagem mítica...
* E como é essa linguagem?...
* É uma linguagem alegórica [cifrada] ou seja, fantástica, fabulosa, repleta de signos que nos remetem a coisas constitutivas e fundamentais – como, por exemplo, o começo dos tempos, a origem da vida e do homem, de normas, regras e valores morais e, também, à origem [surgimento/aparecimento] das instituições sociais (casamento, família, divindades, etc.).
* Assim é que mito: 1) não é uma simples lenda; 2) não é uma simples história; 3) não é mentira...
* Enquanto linguagem narrativa da origem, o mito é objeto de estudo da Antropologia, da Psicanálise, da Historiografia, da Teologia, enfim, de várias Ciências Humanas e Sociais que procuram compreender a relação do homem com os significados de sua existência.
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* O mito está na existência!... Por isso a questão “o que é mito?” possui múltiplas respostas, visto que é “algo” aberto, em constante (re)elaboração... Isso justifica o porquê um mito, por exemplo, é passível de variadas interpretações (a antropológica, a psicanalítica, a historiográfica, a teológica, enfim...).
* O estudo, a investigação e, portanto, a interpretação dos mitos constitui ipso facto exercício constante de apreensão de seus significados. Assim é que, deste empreendimento hermenêutico resultaram as correntes “naturalista”, “historicista”, “animista”, “estruturalista”, “psicológica”, etc... que, por sua vez, tentam explicar esse fenômeno, qual seja, o mito...
* Corrente ou explicação “naturalista = mito como contemplação