Antropologia
Ambrósio era bastante conhecido pelos seus discursos, e logo Agostinho decidiu acompanhar seus discursos para averiguar sua arte de falar e para ver se merecia toda esta fama e ver. Agostinho se impressionou com a arte de falar com a qual Ambrósio falava e não se preocupou com seu conteúdo.
"Eu me encantava com a suavidade de seu modo de discursar; era mais profundo, embora menos divertido e agradável que o de Fausto quanto a forma. A respeito do conteúdo, porém, não era possível qualquer comparação: perdia-se esse último entre as falsidades dos maniqueus, ao passo que o outro ensinava a doutrina mais sadia da salvação".[6]
"Seus discursos eram sempre dirigidos ao que era essencial e determinante para a vida prática; eram simples e realistas em vez de eruditos, mas sem perder de vista a plena integridade do homem".[7]
Ambrósio foi consagrado Bispo no final do ano de 374. Foi eleito de forma um tanto que inesperada: enquanto os nicenos e os arianos tentavam fazer com que seus favoritos fossem escolhidos para bispo de Milão após a morte de Auxentio, Ambrósio tentava fazer com que não houvesse mais brigas entre esses dois grupos e acabou sendo eleito para o cargo.
Sua inteligência e simplicidade encantavam Agostinho, que, como vemos na sua obra Confissões, foi muito influenciado por este bispo por quem tinha muita admiração. Assistindo os sermos de Ambrósio, aos poucos Agostinho foi percebendo que o que antes havia atacado com veemência agora não parecia ser tão errado, viu que a fé católica era diferente do que ele imaginava.
"Comecei então a notar que eram defensáveis suas teses, e logo vim a perceber não ser temerário defender a fé que eu supunha impossível opor aos ataques dos maniqueus".[8]
Com sua