Antropologia
Antropologia e Poder: Desdobramentos
Segundo o autor, a política é um conjunto de atividades humanas planejadas e integradas culturalmente cujo objetivo é a regulação do poder. Porém, no caso de sociedades primárias, não há o exercício do poder de modo concentrado, o que impede o surgimento do Estado. Nestas sociedades a autoridade provém do prestígio, seja ele místico, praticado pelo feiticeiro, ou generoso, proveniente do chefe. Neste sentido, o autor cita trechos do trabalho do Professor Edinaldo Bezerra de Freitas sobre os índios krahô, que indicam a freqüente rotatividade do poder nas aldeias, diluindo o comando e a autoridade. Outra afirmativa do autor sobre as premissas tradicionais da filosofia indica que poder é a Violência institucionalizada e que esta é consentida e necessária para o convívio social. Sendo assim, faz uma relação com a violência natural do Estado impregnado com o que chama de políticas não éticas e violentas, e esta violência seria mais acentuada quanto mais complexa fosse a sociedade. Citando Hannah Arendt, para quem o poder e a autoridade se completam, sendo o poder subordinado à autoridade e neste sentido, quando de sua omissão, pode levar ao autoritarismo. O autor também comenta sobre o século XX, época de perversão, da bestialidade e do esvaziamento do pensar. A falta do pensar, da auto-reflexão, causa o imediatismo, o ciclo produção-consumo, a falta de ética. Já nas sociedades primitivas o comportamento indesejado é entendido como doença e é passível de sofrer sanção restaurativa.
CAPÍTULO 8
Revistando “A Sociedade Contra o Estado” de Pierre Clastres
O texto “A sociedade contra o Estado” foi escrito por Pierre Clastres na década de 1970. Neste trabalho, ele contextualizava as bases da Antropologia Política relacionando superestruturas como o Direito e o Estado. Partindo do pressuposto que nas sociedades primitivas não existe dominação e exploração econômica, e para isso os