Antropologia religiosa
(o sistema totêmico na Austrália)
Émile Durkheim
Durkheim tem como principal objetivo analisar e explicar as formas religiosas primitivas, percebendo o real e verdadeiro sentido religioso. Explica que as pré-noções, como julgamentos (preconceitos) e comportamentos (hábitos e sentimentos), são descartados, trata-se de definição da pura realidade. A religião é tudo aquilo que foge a ciência, o incompreensível, o místico, o sobrenatural, e para estudá-la toma como inicio a religião primitiva da onde vem a essência para que possamos entender as formas religiosas atuais. E comparando todas as religiões, quando olhamos mais a fundo vemos que um conteúdo em geral coincide (a essência), uma forma elementar como os rituais, a fé, as cerimônias. Ele ainda afirma que a religião tem uma base na realidade, ou seja, a religião surgiu de uma necessidade humana, e Durkheim toma isso como verdadeiro, acredita que nenhuma instituição formada pelo homem é baseada no erro, todas são verdadeiras e reais, pois existem ate hoje. Durkheim faz uma relação entre ciência e religião especificando o papel de cada uma. A religião tem por finalidade explicar o abstrato, as razões que a ciência não conseguiu ainda explicar. A ciência contraditoriamente explica o concreto, o real. Sendo a religião uma instituição humana e, portanto real, esta passa a ser objeto de estudo da ciência. Desta forma não há como a ciência negar a existência da religião, segundo Durkheim, a ciência intervém na religião. Ele também faz uma explanação ao que se refere às categorias, com idéias vindas de outras religiões. Umas delas é a divindade, onde se acredita em um laço que une o espírito humano ao espírito misterioso; as almas dos mortos, os espíritos de toda espécie e de toda ordem, com que a imaginação religiosa de tantos povos diferentes povoou a natureza, são sempre objetos de ritos e, às vezes, até de culto regular.