Amor e odio
Por mais difícil que seja o tema, é preciso encará-lo de frente: a Organização Mundial de Saúde está alertando que a radiação eletromagnética associada ao uso de telefone celular pode, possivelmente, provocar câncer
Por Washington Novaes, jornalista, é supervisor geral do Repórter Eco. Foi consultor do primeiro relatório nacional sobre biodiversidade. Participou das discussões para a Agenda 21 brasileira. Dirigiu vários documentários, entre eles a série famosa “Xingu” e, mais recentemente, “Primeiro Mundo é Aqui”, que destaca a importância dos corredores ecológicos no Brasil.
Por mais difícil que seja o tema, é preciso encará-lo de frente: a Organização Mundial de Saúde está alertando que a radiação eletromagnética associada ao uso de telefone celular pode, possivelmente, provocar câncer, segundo as conclusões de 31 cientistas de 14 países que se reuniram na França para rever os estudos nessa área. E por isso, a questão precisa ser mais estudada. Hoje, 5 bilhões de pessoas no mundo usam celulares. No Brasil, já há mais de 200 milhões de aparelhos, mais de um por habitante.
Há algum tempo, na Inglaterra, outro estudo recomendara que crianças não devem usar celulares, porque são mais sensíveis às radiações, na fase de formação do corpo. Nos Estados Unidos, uma pesquisa revelou que é quatro vezes maior que a média a possibilidade de acidentes no trânsito com pessoas que usam celular enquanto dirigem. Na Espanha, após a ocorrência de vários casos de câncer entre alunos de uma escola secundária, a legislação proibiu a implantação de torres de telefonia celular nas proximidades de escolas. Na Suíça, cientistas afirmam que a redução do número de abelhas polinizadoras se deve à radiação dos celulares, que as confunde no vôo e até as leva à morte.As empresas fabricantes dos aparelhos, no entanto, afirmam, principalmente nos Estados Unidos, que não há evidências científicas de danos à saúde provocados pelos celulares.
No Congresso brasileiro,