aliteração
Agora observe estes versos que compõe a coletânea “Ou isto ou aquilo”
“Olha a bolha d’água
No galho!
Olha o orvalho!”
Nesses versos, a repetição é do fonema constritivo palatal /lh/. Essa figura de linguagem é bastante utilizado por Cecília como recurso para alfabetização. Os poemas, vistos como uma brincadeira, despertam, através do efeito lúdico da arte, o poder intelectual da criança.
“Ah! Menina tonta,
Toda suja de tinta
Mal o céu desponta!
(Sentou-se na ponte,
Muito desatenta…
E agora se espanta:
Quem é que a ponte pinta
Com tanta tinta?)
A ponte aponta
E se desaponta.
A tontinha tenta
Limpar tinta,
Ponto por ponto
E pinta por pinta…
Ah! a menina tonta!
Não viu a tinta da ponte!
(Tanta Tinta – Cecília Meireles)
Neste caso, Cecília apropriou-se da consoante linguodental /t/ e da bilabial /p/ para compor esse poema. Quando a aliteração ocorre com a finalidade de imitar o som dos seres, temos também um caso de onomatopeia.
No início de palavras de uma frase ou de versos de uma poesia para criar sonoridade, é comum para fins onomatopeicos onde a repetição tenta representar sons dos objetos relatados. A aliteração vem sendo considerada recurso fônico de intensificação.
A aliteração é usada como recurso de estilo em poesia que possibilita em certas poesias antigas reconstituir uma pronúncia que desapareceu na transcrição.
Repetição de fonemas no início, meio de palavras próximas, ou em frases ou versos em sequência.
Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
Figura de estilo que consiste na repetição insistente do mesmo som consonântico em várias palavras consecutivas ou ao longo de vários versos. Esta figura de estilo teve particular expressão noSimbolismo, corrente em que se procurava sugerir toda a espécie de efeitos musicais a partir do jogo de sonoridades produzido no poema: