repetição de letras
ALITERAÇÃO (Latim, alliteratio). Contrariamente a etimologia da palavra: sequência de letras semelhantes; a aliteração realiza-se por meio de sons semelhantes, não de letras. De modo que a aliteração consiste na repetição de consoantes ou de sílabas - especialmente as sílabas tônicas - em duas (ou mais) palavras, dentro do mesmo verso, estrofe, ou numa frase. Geralmente, a repetição dos sons consonantais é feita no início e no interior de palavras, ou, então, em sílabas iniciais:
• Chegamos de uma terra feia, fria, fétida, fútil.
• "Toda gente homenageia Januária na janela." (Chico Buarque)
• "Auriverde pendão de minha terraque a brisa do Brasil beija e balança." (Castro Alves)
Quando há repetição, em sequência, de determinado som no "final de palavras", tem-se, o fenômeno do eco; este pode ser trabalhado no interior de uma frase ou verso; funcionando, qual uma autêntica rima:
Na messe, que enlouquece, estremece a quermesse...
O Sol, o celestial girassol, esmorece...
E as cantilenas de serenos sons amenos
Fogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos. (Eugênio de Castro)
Geralmente, os poetas utilizam a aliteração para sugerir ruídos da natureza. Neste caso, a aliteração recebe ou recebia o nome de harmonia imitativa:
Foguetes, bombas, chuvinhas, / chios, chuveiros, chiando,
Chiando, chovendo, chuvas de fogo! / Chá-Bum! (Jorge de Lima)
Levando em conta esse exemplo, não seria sem razão