Alguns ousam chama-lo de poder
Análise crítica do texto “Alguns ousam chamá-lo de poder”
Historicamente, os precursores da moderna “organização” consistiram na estrutura medieval de guildas (pequenos grupos desorganizados), que eram caracterizados por estruturas de status de tarefas continuas, em que a obediência a um largo conjunto de regras técnicas eram exigidas de todos os indivíduos. Ou seja, os superiores diferiam dos subordinados meramente em termos de maior domínio sobre as regras e habilidade, conhecimento e experiência na produção. Logo, pode-se ver que o poder claramente deriva da propriedade e controle dos meios de produção, apoiado pelo poder da vigilância.
Entretanto, com a evolução das organizações modernas, as bases e características desses poderes modificaram, afinal, essas organizações passaram a funcionar como se fossem um organismo unitário, uma vez que elas são compostas de uma multiplicidade de componentes particulares. A partir disto, as tarefas são fragmentadas, as habilidades são diversas e o conhecimento é diferentemente codificado, mantido e avaliado, logo poder ficou estruturado dentro de um design organizacional, em que o tema “obediência” é central.
O poder tem sido visto tipicamente como a habilidade de fazer outros fazerem o que você quer que seja feito, se necessariamente contra a própria vontade deles. (Weber, 1978) ou faze-los qualquer coisa que eles não fariam em outra situação (Dahi, 1957). Entretanto, é necessário entender que essa visão tem uma perspectiva negativa do poder, logo, também existem positivos sobre o tema.
Portanto, o artigo ao explorar as diferentes vozes que permeiam na discussão do conceito e aplicações do poder, tenta reconstruir uma conceituação, como um meio necessário para promover a ação coletiva. Deste modo, assim como a liderança, o tema organizacional poder também é bastante discutido, sendo observado sobre diversas vertentes, vistas a inúmeras formas em que ele pode se manifestar.