Algumas considerações sobre o sujeito na psicose
Gabriela Rinaldi Meyer
Psicanalista; Mestre em Teoria Psicanalítica pela UFRJ; Doutora em Psicologia Clínica pela USP; Psicóloga do CAPS Clarice Lispector.
resumo: Faz-se uma reflexão sobre a questão do sujeito na psico-
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ágora (Rio de Janeiro) v. XI n. 2 jul/dez 2008 299-312
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se, sustentando a hipótese da presença de sujeito nesta estrutura. É a partir da fala e do modo como esta é endereçada ao outro na clínica que podemos escutar e identificar o sujeito. Na medida que o sujeito é falante, sua relação com o outro não se fecha numa relação dual, já que inclui um terceiro, o grande Outro. É esta relação que nos oferece o caminho para investigar o que é específico do sujeito na psicose, o que é trabalhado por meio da análise de um fragmento clínico. palavras-chave: Sujeito, psicose, linguagem, clínica.
AbstrAct: Remarks regarding the issue of the subject in psychosis. This article reflects on the issue of the subject in psychosis and supports the hypothesis that the subject exists as the principal element of the clinical session. Through speech and by analyzing how the subject orally communicates with others, we may listen to and discover the subject and, as the subject speaks, his relationship with another person is not restricted to a dual relationship, but rather, it includes a third party, the Other. It is the relationship between the subject and the Other that offers us a means to investigate the subject’s particularities in psychosis; this is discussed through the analysis of a selected part of a clinical case. Keywords: Subject, psychosis, language, clinical session.
o seguirmos os passos de Lacan quando nos convida a não recuar diante da clínica da psicose, sustentamos a hipótese da presença de sujeito nesta estrutura, sendo isto o que nos norteia em nossa escuta clínica. Como afirma Allouch (1997, p.387): “Seja com o que for que a psicanálise lide na clínica,