Qual o limite do diagnóstico para psicose
- Sabe doutora, eu não sou eu. Eu sou outra pessoa. Eu não sei quem eu sou. Eu não gosto de mim. Não me amo. Me odeio. Poderia morrer.... Deus podia me levar. Minha vida desde pequena é só chorar. Eu não durmo a noite. Sabe eu, eu E. fui ao psiquiatra, ele é anjo sabe? Gostei dele, mas não volto mais lá. Lá tem vidro. Não posso estar perto de vidros. Você pode fechar a cortina pra mim?Fui a diversos pastores, mas eles têm barba. Eles não são anjos. Eu odeio homens. Odeio mulheres também. Pergunto. Por que odeia homens. Não responde. Pergunto. Você odeia o seu marido? Diz que sim e o chama de mentiroso. Conta que desde pequena tinha três amiguinhos com quem conversava e brincava. Sua mãe era costureira. Ela pequena ficava perto da mãe espetando a almofada com alfinetes. Estes amiguinhos diziam a ela que matasse a sua mãe. Com o tempo, foi descobrindo que estes amigos não eram do ‘bem’. Eram amigos do ‘mal’. Se fossem do ‘bem’ não diriam a ela que matasse sua mãe. Conclui. Conta que nunca atendeu as sugestões destes amigos, a condição é que ela não contasse nada a ninguém. Casou-se nova, com 18 anos, tem hoje uma filha de 20 anos, um filho de 18 anos e outra filha de 14 anos. Sempre se identificou muito com crianças. Sente-se criança ainda. Diz amar muito seus filhos. Quando seus amigos apareciam a ameaçavam, então; chorava e chorava dentro até do guarda roupa para que seus filhos não a vissem chorar. Há três anos este segredo ficou insustentável. Em sua relação conjugal o mesmo não era realizado com o marido,