Alforrias
Lourdes Aparecida Mendes de Carvalho[1]
RESUMO
Este trabalho teve como proposta analisar as formas de obtenção da alforria utilizada pelos escravos em Minas Gerais durante o século XVIII. Por meio do estudo de referenciais literários, procurou – se refletir sobre as estratégias utilizadas pelos escravos para a compra de sua “carta de liberdade”, que variavam desde alforrias “gratuitas e condicionais”. Para tanto, Munanga (2006), Paiva (2002), Praxedes; Dias; Oliveira (2008) e Silva (2009) contribuíram com importantes abordagens acerca das ações de resistência escrava através das alforrias nas Minas Gerais setecentistas. Neste sentido, os escravos ao longo de sua vida dedicavam – se ao trabalho e a uma boa conduta, para tempos mais tarde, seu proprietário conceder a sua alforria, além disso, ele também tinha a oportunidade de entrar em acordo com seu senhor, para negociar o parcelamento de compra de sua carta de liberdade. Em suma, o estudo apontou que os escravos foram sujeitos históricos decisivos para a obtenção de sua liberdade.
Palavras – chave: Alforria. Resistência Escrava. Liberdade.
Introdução
Esta pesquisa pretende analisar as formas de obtenção da alforria utilizada pelos escravos em Minas Gerais do século XVIII. Nesta perspectiva, a investigação histórica suscitará quais eram as estratégias empregadas pelos escravos para aquisição de sua carta de liberdade. Entendendo a alforria como uma conquista do escravo e não somente uma concessão senhorial, (PAIVA, 2002, p.1) afirma que: “a alforria é um resultado de um processo repleto de investimentos individuais e coletivos”. Tal proposição revela que, os escravos nas Minas Gerais setecentistas, atuaram decisivamente para adquirir sua liberdade, seja através de seu pagamento, ou ao longo de sua vida os escravos dedicavam – se no trabalho, no comportamento, para tempos mais tarde, serem eles os