alfabetização anos 50
Este trabalho tem por objetivo principal relatar as lembranças escolares de um aluno alfabetizado na década de 50 e, a partir destas, nossas reflexões a cerca do contexto em que os fatos aconteceram e o contexto em que vivemos atualmente. Entretanto, julgamos necessário registrar a boa vontade, o esforço e o interesse do entrevistado em relembrar suas recordações escolares. Iniciamos nossa entrevista com conversas informais, de diferentes assuntos para que as lembranças lhe surgissem. Nesse momento nosso sentimento fica bastante sintetizado nessa citação de Bosi que exprime claramente a tarefa árdua que foi para ambas as partes, entrevistador e entrevistado:
Imagina-se um arquiteto querendo reconstruir, a partir de fragmentos pequenos, um vaso antigo. É preciso mais que cuidado e atenção com esses cacos; é preciso compreender o sentido que esse vaso tinha para o povo a quem pertenceu. A que função servia na vida daquelas pessoas? Temos que penetrar nas noções que as orientavam, fazer um reconhecimento de suas necessidades, ouvir o que já não é audível. Então recomporemos o vaso e conheceremos se foi doméstico, ritual, floral {...}. ( Bosi, 1994, p.414).
Percebemos o quanto é importante que o entrevistador seja sensível o bastante nessa interação face a face para que possa detectar nos simples gestos do entrevistado sentimentos que não são ditos verbalmente. Acreditamos que a maneira com que conduzimos nossa conversa (entrevista) foi imprescindível para que chegássemos a um resultado final, e agradável, para ambas as partes; desfrutamos de momentos e conversas prazerosos que nos proporcionaram informações relevantes para nosso trabalho, e, principalmente, experiências inesquecíveis que enriquecerão nossa trajetória de acadêmicas e futuras docentes. Ao ser indagado sobre suas memórias de alfabetização o entrevistado, que nos contagiou com sua simpatia e de sua esposa, disse que seria bastante difícil lembrar-se de