Advogado
Oito dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal votaram favoravelmente à área contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.
Concluído o voto do ministro Joaquim Barbosa que assegurava a maioria de seis votos favoráveis, sem nenhuma manifestação contrária ao seu relatório, Carlos Ayres Britto não se conteve. Desatou a dizer que o posicionamento majoritário dos membros do Supremo Tribunal Federal de manter a demarcação em área contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, colocava o Brasil em posição de vanguarda, confirmando a vertente constitucional" que trata a questão indígena com contemporaneidade e com toda fuga de preconceitos e discriminação.
Carlos Ayres Britto classificou a posição da corte suprema como mais sonoro e rotundo não ao etnocídio, que extermina o espírito e promove a eliminação progressiva dos elementos de cada cultura povo originário. A partir de nossa decisão, o Brasil vai se olhar no espelho da história e não mais vai corar de vergonha. O Brasil, agora, com esta decisão, resgata a sua dignidade, tratando os índios brasileiros como nossos irmãos queridos, comemorou.
A confirmação na Justiça do perímetro homologado pelo decreto presidencial de 2005 sobre a Raposa Serra do Sol, na visão do relator da matéria, emite um sinal do tratamento dos índios como irmãos queridos. Lembrando o educador Paulo Freire, o ministro reproduziu: Não há saber maior nem maior há saberes diferentes. Frisou ainda que a postura favorável aos direitos dos indígenas estava sendo tomada num dia consagrado: nesta quarta-feira (10), a Declaração Universal dos Direitos Humanos completou 60 anos.
A esperada decisão acerca da Terra Indígena de Roraima, avaliou Carlos Ayres Britto, avança no sentido da democracia racial no melhor sentido, no mais depurado humanismo, tal qual a sexagenária carta internacional. Estamos desfazendo um preconceito