Acordo do Atlântico
Os dois gigantes pretendem fechar um acordo de livre comércio, que eliminaria as tarifas de importação entre os parceiros. Além disso, querem padronizar regras de comércio.
De todo modo, dado o tamanho dos mercados, um novo acordo tende a aumentar substancialmente a escala do comércio entre os dois lados. Se os Estados Unidos elevarem suas importações da Europa e a Europa aumentar suas importações dos Estados Unidos, está claro que sobrará menos dos maiores mercados do mundo para os demais, especialmente para as empresas brasileiras.
O governo brasileiro ainda não formulou uma posição oficial sobre os impactos da formação do megabloco Estados Unidos/União Europeia.
“Se nos fizemos acordos simultaneamente, paralelamente, com União Europeia e Estados Unidos, nos podemos aproveitar o crescimento econômico deles para também vender mais. Se nós perdermos essa oportunidade de negociação com outros blocos, nós vamos ficar presos, isolados, dentro de um bloco decadente que é hoje o Mercosul”, afirma Roberto Giannetti da Fonseca, diretor da Fiesp.
O Brasil tem recebido crítica de analistas de comércio exterior quanto a inabilidade dos negociadores. A estagnação das relações comerciais, a queda nas projeções de crescimento da economia nacional e os problemas na evolução do desenvolvimento do MERCOSUL colaboram para a crítica ao Brasil.
"O Brasil dormiu no ponto, ficou isolado no mundo e agora vai ter que correr atrás do prejuízo se não quiser restringir os manufaturados ao mercado interno e exportar apenas alguns produtos agrícolas", diz o ex-embaixador do país nos Estados Unidos, Rubens Barbosa. Ele desqualifica a tese de que o novo bloco, previsto para valer a partir de 2015 possa ressuscitar a rodada de Doha.
O objetivo das discussões, que deverão prolongar-se pelo menos até ao próximo ano, é concretizar a “Parceria