Abuso de Medicalização
É fato, constatar que ao grave problema da automedicação, acrescenta-se uma prescrição excessiva,em especial dos ansiolíticos e antidepressivos,por parte dos médicos.
A tendência moderna nessa construção do Eu delimita-se à exterioridade, o engrandecimento da própria imagem,agora esse é o valor. Antes, buscava-se a interioridade,a introspecção,a moral,os sentimentos,as vivências intimas definiam o homem. Maia e Albuquerque (2000) definem a sociedade contemporânea como a da cultura da imagem, em que o instantâneo e a busca da satisfação imediata e contínua dos desejos são os valores predominantes. O imediato é o valor que permeia vários aspectos da cultura e constitui a qualidade essencial a qualquer bem a ser consumido. Os sofrimentos,como a ansiedade,a angústia e a tristeza,que sinalizam circunstâncias e situações humanas e para elas preparam o homem,são aplacadas pela medicação. Busca-se permanecer nos estado de prazer e alegria ao preço de eliminar parte da experiência humana. É como se,socialmente,não se reconhecessem mais a dor e a frustração como constitutivos do percurso rumo aos ideais de prazer e alegria. Dor e frustração deixam de ser indicadores dos limites inerentes à experiência daquele sujeito singular. Ou seja, veicula-se a idéia de que essa imagem ideal de pleno prazer está disponível para todos a mínimo esforço e que a não concretização desse modelo decorre de problemas particulares daquele sujeito. (Maia e Albuquerque,2000,pg.83)
Pressionado a assumir grandes responsabilidades,num mundo em constante mudança o “indivíduo incerto” e fragmentado dessa modernidade mergulha na fadiga,insônia,ansiedade,indecisão,assimiladas a um quadro de depressão,que se naturaliza como modo de estar no mundo.Com a tecnologia avançada,a comunicação de massa, à farta