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De fato, o conceito moderno de loucura apareceu com o nascimento do capitalismo no séc. XVII “… nós vemos um novo espírito burguês que calcula, classifica, faz distinções, e divide o corpo de forma a racionalizar as suas faculdades, almejando não apenas uma intensificação da sua sujeição, mas uma maximização da sua utilidade social.” (Silvia Federici, Caliban and the Witch, pág. 139)
Pode parecer que não há ligação entre a insanidade e a ética do trabalho, a disciplina da fábrica e da linha de montagem, mas o crescimento do capitalismo necessitou de uma força de trabalho disciplinada, com hábitos regulares, com o corpo a ser nada mais que uma máquina para a produção e que tinha de ser ‘regularizada’. Assim, a mente tinha de ser separada do corpo e se necessário, normalizada, incluindo a nossa sexualidade.
A infraestrutura de controle social cuidadosamente construída que definiu a nossa vida como se fosse à ordem natural das coisas já não funciona, sendo assim necessário impor o poder do capital, através da tentativa de reforçar os mecanismos tradicionais de controle de estado sobre coisas como comportamento, pensamento e atitudes.
Nós vemos isto manifestado no ataque ao ‘poder da lei’, à saúde mental, à juventude e aos desempregados e pobres através de leis como a ‘Ordem Judicial por Comportamento Anti-Social’, nas tentativas de prisão preventiva de doentes mentais com base no que eles poderão vir a fazer. Para acabar com a resistência desde o primeiro galho, antes de se manifestar em algo de mais concreto e com formas realmente perigosas (isto é, para o estado).
Muito tem sido feito recentemente sobre nossos estados mentais no capitalismo, apesar de obviamente sem a ligação ao próprio capitalismo. Com crescentes níveis de desordens mentais, consumo de drogas, violência ‘irracional’, colapso social e ‘infelicidade’, resumindo, crescente alienação e afastamento, a culpa, previsivelmente, tem sido posta em cima da unidade familiar, falta de