1889
Em vários trechos de 1889 o autor registra o abandono dos africanos escravizados, que eram sempre vistos como um problema e para os quais não se fazia planos. Até hoje a escravidão é sempre vista como um problema a ser resolvido, não propriamente a mão de obra cativa, mas a presença dos africanos na formação Brasil. Isso que hoje nós valorizamos, a herança africana como elemento de riqueza da nossa diversidade cultural, étnica e constitutiva da identidade nacional. E ao longo do século 19 há sempre essa preocupação com o branqueamento da população. Era preciso na medida do possível ir eliminando os vestígios dessa composição racial, herança da escravidão. É interessante como o negro é visto como um elemento que corrompe o que o Brasil poderia ser visto: um Brasil branco, europeu, católico.
O movimento abolicionista foi a primeira campanha de dimensões nacionais com participação popular. A escravidão foi acabando aos poucos sob supervisão da Inglaterra que declarou guerra ao trabalho cativo. As leis favoráveis aos escravos progrediam em compasso muito lento, até que algo notável aconteceu: O Brasil inteiro foi palco da criação de bem organizados clubes antiescravistas.
A escravidão foi abolida em 13 de maio de 1888. Feita de forma precipitada não se preocupou com o destino dos escravos que foram largados à própria sorte. Os defensores da abolição, membros dos clubes escravistas, eram advogados, professores, médicos, jornalistas e outras profissões urbanas. Esse contingente liderado por José do Patrocínio, um mulato, filho de mãe escrava e pai padre e por Joaquim Nabuco, membro da elite financeira e intelectual da época, inicialmente