1889
10. O MARECHAL
Manoel Deodoro da Fonseca, nascido em Alagoas, 5 de agosto de 1827, cresceu em uma família de militares. Seu pai, Manoel Mendes da Fonseca ingressara no Exército em 1806, após a Independência, em 1822, ajudara a satisfazer de armas e munições as tropas imperiais de dom Pedro ¹ que tirara os portugueses da Bahia. Promovido a alferes logo em seguida foi transferido de Recife para Alagoas, onde se casou com Rosa Maria Paulina, tendo dez filhos. Em comum naquela época, Mendes da Fonseca se envolveu na política. Eleito vereador, acumulou as funções de juiz de direito e chefe de polícia na vila de Alagoas. Marechal Deodoro, fundador da República, não era republicano, pelo menos é o que indicava uma correspondência que trocara com sobrinho Clodoaldo da Fonseca que fora documentos que ajudaram a entender os momentos de indecisão demostrados por ele mesmo. Nos momentos cruciais do golpe que liquidaria o Império, o marechal relutava em assumir o papel que lhe caberia na historia, contra a opinião de outras lideranças militares e civis que o pressionavam para proclamar oficialmente a República.
Sitiado por tropas imperiais despachadas de Pernambuco e da Bahia, Mendes da Fonseca fugiu para o Sergipe, onde foi preso e enviado para a sede de corte, no Rio de Janeiro. Mas, conseguiu ser absorvido em maio do ano seguinte, mais custou caro sua ousadia. Após a fracassada revolta, terminou a vida endividado e perseguido pelos credores e fez com que os dez filhos se alistassem no Exército. As dificuldades da família teriam deixado profundas marcas na personalidade do futuro proclamador da Republica brasileira.
Enfim, no Exército, Deodoro pertencia à categoria dos ‘tarimbeiros’, como eram conhecidos os oficiais veteranos da Guerra do Paraguai e oriundos de famílias pobres. Aluno da turma de 1843 na Escola Militar, onde fez o curso de artilharia, teve uma carreira apagada e difícil até a Guerra. Durante a Revolução Praieira, seu batismo